domingo, 8 de maio de 2011

Mamãe.

MÃE, eu Te Amo! Do mais fundo do que eu possa existir, eu Te Amo. Simples assim.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Feliz Aniversário, minha Filha!!!

Feliz Aniversário, minha Filha.

Papai Te ama, mais do que um dia Você saberá.

Sinto saudades suas, e meus olhos se enchem de lágrimas por Você estar tão distante, apesar de tão perto.



Amarela
Coldplay

"Olhe para as estrelas,
Olhe como elas brilham por Você,
E por tudo o que Você faz,
Sim, elas eram todas amarelas.

Eu progredi,
Eu escrevi uma canção para você,
E tudo que você faz,
E ela chamei de "Amarela".

Então eu esperei minha vez,
Coisas para se fazer,
E era tudo amarelo.

Sua pele,
Oh sim, sua pele e ossos,
Transformaram-se em algo bonito,
Você sabe?
Você sabe que eu te amo tanto,
Você sabe que eu te amo tanto.

Eu atravessei o oceano,
Eu superei barreiras por Você,
Coisas para se fazer,
Pois você estava toda amarela.

Eu estabeleci um limite,
Eu estabeleci um limite por você,
Coisas a se fazer,
E ele era toda amarela.

Sua pele,
Oh sim, sua pele e ossos,
Transformaram-se em algo bonito,
Você sabe?
Por você eu daria todo o meu sangue,
Por você eu daria todo o meu sangue.

É verdade, olhe como elas brilham por Você!
Olhe como elas brilham para Você!
Olhe como elas brilham para...

Olhe como elas brilham por Você,
Olhe como elas brilham por Você,
Olhe como elas brilham...

Olhe para as estrelas,
Olhe como elas brilham para Você,
E todas as coisas que Você faz."

quarta-feira, 9 de março de 2011

Pilgrim.

Peregrino

Há longos 13 anos, vinha eu para Belo Horizonte, viver por aqui, ouvindo esse disco do Mestre Eric Clapton, com os olhos cheios de lágrimas, pensando em alguém. Ontem fiz a saga novamente, e a pessoa era a mesma. Um homem que esquece seu passado está fardado a repetí-lo. Lastimável.


Como escolho e onde eu desenho a linha
Entre a verdade e a dor necessária?
E como irei saber, onde eu pego minha esperança
De que as coisas ficarão bem de novo?

Que palavras eu uso para tentar explicar
Para as pessoas que testemunharam minhas lágrimas?
O que significa saber todas essas coisas
Quando o Amor tem sido desperdiçado todos esses anos?

Aguardando nas sombras,
Com o coração em minha mão.
Isolado de todas as pessoas
Que nunca poderiam entender.

Fui um peregrino pelo seu Amor.
Um peregrino pelo seu Amor.
Fui um peregrino pelo seu Amor.
Um peregrino pelo seu Amor.

É como viver em um pesadelo,
Como olhar o buraco mais escuro.
Como ficar parado na beira do nada,
Completamente fora de controle.

Agora, onde estive todos esses anos?
E como eu não pude ver?
Como um homem cego andando na escuridão:
Fui um peregrino pelo seu Amor.
Um peregrino pelo seu Amor.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Perdi Minha Fé.

Do Seal, trilha sonora de "Armadilha"... muito Linda essa música!

Ambos sabemos
Que quanto mais tentamos,
Mais impossível é compreender.
Estamos tão apanhados nas razões por que,

De estação em estação,
Nós não poderíamos nem dizer nossos nomes.

Estou ciente de que
É apenas um jogo.

Eu perdi minha Fé,
Há muito tempo atrás.

Eu não posso ver.
Eu digo que, se fechar do Seu lado,
Todas as minhas pressões
Vão diminuir!

Se algum dia Você precisar de mim,
Tudo o que Você tem a fazer é cair.

Eu ouço Você dizer
Que Você obteve todos...

Eu perdi minha Fé,
Há muito tempo atrás.

Eu perdi minha Fé há muito tempo atrás.
Sou um estranho que vende seus pecados...

Um estranho vendido em seus pecados...
Aqui eu minto para Você tocar,
Mas o que eu quero é saber:
É por isso que eu Te quero tanto?
Alguns dizem que é tudo a mesma coisa...

Tudo bem que na minha vida
Eu tenho,
Eu esperei por Você ... ah, sim!
Esperei por Você!
E Você já esperou demais,
Se Você realmente sente...

Eu...

Eu perdi minha Fé,
Há muito tempo atrás!

Ah, Senhor!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Destemido

Fearless

Pink Floyd. No trono, hoje em dia.

Uma das músicas mais lindas já escritas na história do Rock. E tenho dito.


Você diz que a colina é muito íngreme para escalar.
Escale-a!
Você diz que gostaria de me ver tentar.
Vamos escalar...

Você escolhe o lugar e eu escolherei a hora.
Vou escalar aquela colina do meu jeito!
Apenas espere um pouco pelo dia certo.
E enquanto eu subo sobre as árvores enfileiradas, bem como as nuvens,
Eu olho para baixo, ouvindo o som das coisas que Você disse outrora.

Destimadamente o idiota encara a multidão.
Sorrindo!
Intransigente o magristrado se vira,
Carrancudo...

E quem é o tolo que usa a coroa?
E se abaixa do seu próprio jeito?
Cada dia é o dia certo!
Enquanto Você sobe pelas linhas de medo em sua testa,
Você olha para baixo, ouvindo o som dos rostos na multidão...

Vá em frente, vá em frente!
Com esperança no seu coração.
E Você nunca andará sozinho!
Você nunca andará sozinho!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Troca de Camisas...

Navegando há vários meses sem que os marujos tomassem banho ou trocassem de roupas, o que não era novidade na Marinha Mercante britânica, o navio fedia.

O Capitão chama seu Imediato:

- Mr. Simpson, o navio fede. Mande os homens trocarem de roupa!

- Yes, Sir!

Simpson reune seus homens e diz:

- Sailors, o Capitão está se queixando do fedor a bordo e manda todos trocarem de roupa. David troque a camisa com John. John troque a sua com Peter. Peter troque a sua com Alfred. Alfred troque a sua com Fred...

E assim prosseguiu. Quando todos tinham feito as devidas trocas, ele retorna ao Capitao e diz:

- Sir, todos já trocaram de roupa.

O Capitão, visivelmente aliviado, manda prosseguir a viagem.

Você acaba de entender exatamente o que será o Brasil nos
próximos anos.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Quando Amar Mata o Amor

do Scorpions, para machucar...



De repente eu penso eu sempre soube.
Eu tive minha parte nos erros, cometi vários.
Finalmente sei disso, sem dúvida...
Eu não olho para trás mais com raiva.

De repente o sol surge novamente.
Existe um começo após passarmos o fim.
Finalmente sei disso, sem dúvida...
Eu não olho para trás mais com raiva.

Quando o amar mata o Amor
Alguém me salvará?
Quando o amar mata o Amor
Corta tão profundamente...

De repente eu acordo do sonho,
Alguém me conta que eu tenho falado enquanto durmo.
Finalmente sei disso, sem dúvida...
EU NÃO ACREDITO MAIS EM SONHOS.

Quando o amar mata o Amor
Alguém me salvará?
Quando o amar mata o Amor
Corta tão profundamente...

Bem, a vida passa,
E de cabeça para baixo...
E é bem furiosa...

Quando o amar mata o Amor
Alguém me salvará?
Quando o amar mata o Amor
Corta tão profundamente...

Como podemos escolher quando tudo que perdemos é tudo que temos?
Nós corremos de toda Solidão...

Quando o amar mata o Amor
Alguém me salvará?
Quando o amar mata o Amor
Corta tão profundamente...

Quando o amar mata o Amor...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Barbazul

Maravilhosa crônica do Mestre Rubem Alves.

O Barbazul


Vivia num país, não me recordo se próximo ou distante, um homem que todos conheciam pelo apelido Barbazul. Era um homem de rara beleza. Do seu rosto o que mais impressionava eram os olhos, de um azul profundo, dos quais saía uma luz azul que envolvia sua barba numa aura azulada, razão do seu apelido.

Barbazul era um homem rico. Vivia num castelo. Numa das extremidades do seu castelo havia uma torre de sete patamares, trancados a sete chaves. Era uma torre misteriosa, interditada ao público, e sobre o que havia nela circulavam as estórias mais escabrosas.

Barbazul era um homem solitário. Nunca se casara. Tão bonito, tão rico: por que nunca se casara? – era a pergunta que todos faziam.

Muitas eram as mulheres, lindas mulheres, que por ele se apaixonavam. E Barbazul não se esquivava. Aceitava as sugestões contidas nos sorrisos... A princípio era um simples namorico, os dois passeando pelos bosques... Mas sempre chegava o momento quando a jovem lhe dizia:

“Gostaria de me casar com você...“

“Casamento é coisa muito séria“, dizia Barbazul. “Só devem se casar pessoas que se conhecem profundamente. E só existe uma forma de as pessoas se conhecerem: é preciso que vivam juntas. Você viveria comigo, no meu castelo, mesmo sem nos casarmos? Eu no meu quarto, você no seu... Até nos conhecermos?”

E assim acontecia. A jovem ia viver com Barbazul no seu castelo, cada um no seu quarto. Comiam juntos, passeavam, conversavam... Barbazul era um homem extremamente fino e delicado. Mas sempre acontecia a mesma coisa: depois de um mês assim vivendo Barbazul se dirigia à jovem e lhe dizia: “Vou fazer uma viagem de sete dias. Nesses dias você tem permissão para visitar a ‘Torre dos Sete Patamares‘. Aqui estão as sete chaves... Durante a sua visita você deverá segurar a chave do patamar que você estará visitando na sua mão esquerda, fechada com bastante força. Isso é muito importante. Porque as chaves têm propriedades mágicas...“

Com essas palavras ele partia e a jovem ficava só, com as sete chaves na mão, e a Torre dos Sete Patamares a ser visitada...

Transcorridos sete dias Barbazul regressava e após o abraço do reencontro perguntava:“Visitou a Torre dos Sete Patamares?““Sim. Visitei todos os patamares...“, a jovem respondia alegremente.“Você gostou?““Eu os achei maravilhosos!“Barbazul insistia:“Todos eles?““Sim, todos eles...““Então“, concluía com um sorriso, “é hora de você me devolver as sete chaves, aquelas que você apertou na mão esquerda, o lado do coração. Como eu lhe disse, elas são mágicas... Elas vão me contar o que você sentiu...“

Assentava-se então numa poltrona, fechava os olhos, e segurava as chaves na sua mão esquerda, uma de cada vez. A magia das chaves estava nisso: elas o faziam sentir, ao segurá-las, o mesmo que a jovem havia sentido, na sua visita aos sete patamares da torre.

Só de olhar para o seu rosto era possível perceber os sentimentos guardados na chave que segurava. Eram sentimentos os mais variados, todos os que existem no leque que vai da alegria até a tristeza. As jovens sempre se emocionavam ao visitar os patamares da torre... Com uma exceção. Ao segurar a sétima chave o sorriso de Barbazul desaparecia e, no seu lugar, aparecia enfado e tédio. Era isso que a jovem havia sentido no sétimo patamar: enfado e tédio.

“Não“, dizia ele à jovem. “Não poderemos nos casar. Comigo você será para sempre infeliz. O que há de mais fundo em mim, para você é tédio e enfado.“

E sem outras explicações levava a jovem à casa de seus pais, não sem antes enchê-la com os presentes que trouxera da viagem.

E era sempre assim.Foi então que aconteceu...Era o entardecer, o sol se pondo no horizonte. O mar estava maravilhosamente azul. Barbazul caminhava na praia, como sempre fazia, pés descalços... Viu, ao longe, uma jovem que caminhava sozinha, molhando os seus pés na espuma do mar. Era uma cena linda, digna de uma tela de Monet: uma jovem sozinha, vestes brancas na areia branca, contra o azul do céu e o azul do mar... Ela caminhava na sua direção, distraída. Mas parecia não vê-lo, tão absorta se encontrava. Ela se assustou quando o viu...“Eu a assustei?“, ele perguntou.“Eu estava distraída“, ela disse, se desculpando.“Qual é o seu nome?““O meu nome? Stella Maris...““Chamam-me de Barbazul, por causa da cor da minha barba...“Eles riram.Ela não era bonita. Mas a cena era bonita, bonitos eram seus olhos, bonita era a sua voz...

Barbazul ouviu músicas no seu coração. E foi assim que caminharam juntos de pés descalços ao sol poente, caminhadas que vieram a se repetir a cada novo dia.

Até que, numa dessas caminhadas, Barbazul falou o que nunca falara.“Você não quer morar comigo no meu castelo?““Você está pedindo que eu me case com você?“, ela perguntou.“Não. Estou pedindo que você venha morar comigo. Depois de morar comigo, quem sabe, descobriremos que as nossas solidões poderão caminhar juntas pela vida...“

E assim, ela foi morar no castelo do Barbazul. E aconteceu exatamente como acontecia com todas as outras: passado um tempo Barbazul anunciou uma viagem de sete dias e lhe deu as sete chaves com a mesma recomendação. E partiu...

No primeiro dia Stella Maris tomou a primeira chave, abriu a porta do primeiro patamar e segurou firmemente a chave na sua mão. Era um enorme salão de festas cheio de gente. A orquestra tocava valsas alegres e as pessoas dançavam e riam. Parecia que todos estavam leves e felizes. Stella Maris dançou também e se sentiu leve e feliz.

No segundo dia Stella Maris tomou a segunda chave, abriu a porta do segundo patamar e segurou firmemente a chave na sua mão. Era um salão de banquetes onde se serviam as mais deliciosas comidas e se bebiam os vinhos mais caros. Muitos eram os comensais, mas não tantos quantos havia no salão de festas. Stella Maris juntou-se a eles, assentou-se, comeu, bebeu e se alegrou.

No terceiro dia Stella Maris tomou a terceira chave, abriu a porta do terceiro patamar e segurou a chave firmemente na sua mão. Era um parque cheio de crianças que brincavam dos mais variados brinquedos: balanços, gangorras, pipas, piões, cabo-de-guerra, pau de sebo, perna de pau, pula-corda, amarelinha, bolinhas de gude, bonecas, casinha, cabra-cega, escorregador, sela... Todas riam. Todas estavam felizes. Stella Maris se sentiu como criança e se juntou com elas, a brincar.

No quarto dia Stella Maris tomou a quarta chave, abriu a porta do quarto patamar e segurou a chave firmemente em sua mão. Era uma biblioteca com prateleiras cheias de livros. Havia livros de todos os tipos: livros de ciência, de história, de literatura, de poesia, de filosofia, de humor, de mistério, de crime, de ficção científica, de arte, de culinária, de sexo, de religião... Os rostos daqueles que, assentados às mesas, liam livros em silêncio, revelavam emoções que os livros continham: concentração, excitação, curiosidade, alegria, tristeza, riso... Stella Maris escolheu um livro de arte, pinturas de Monet. Vendo as ninféias de Monet ela se sentiu leve e diáfana e desejou ver uma ninféia num lago...

No quinto dia Stella Maris tomou a quinta chave, abriu a porta do quinto patamar e segurou a chave firmemente na sua mão. Era uma catedral gótica. A luz do sol se filtrava através dos vitrais coloridos e no silêncio do espaço vazio se ouvia o Requiem, de Fauré. E não eram muitas as pessoas que lá estavam. Havia rostos de súplica, rostos de sofrimento, rostos de paz. Stella Maris foi envolvida pelo silêncio, pelas cores dos vitrais, pela música... E a sua alma orou, chorou, agradeceu e sentiu paz.

No sexto dia Stella Maris tomou a sexta chave, abriu a porta do sexto patamar e segurou a chave firmemente na sua mão. Era um jardim japonês. Ouvia-se o barulho da água que caía na fonte onde nadavam carpas coloridas em meio às ninféias. As cerejeiras estavam floridas. Um velho hai-kai repentinamente floresceu: “Cerejeiras ao anoitecer – Hoje também já é outrora...“ (Issa). Poucas, muito poucas eram as pessoas que andavam pelo jardim. Stella Maris se assentou sob uma cerejeira florida e o seu pensamento parou. Não era necessário pensar. A beleza era tanta que ocupava todo o lugar onde moram os pensamentos. Experimentou o paraíso...

No sétimo dia Stella Maris tomou a sétima chave, abriu a porta do sétimo patamar e segurou a chave firmemente na sua mão. Era uma ampla sala vazia, na penumbra. Ninguém, somente ela. O silêncio era absoluto. A solidão era absoluta. Dois móveis apenas, duas cadeiras. A que se encontrava no centro da sala era iluminada pela luz das velas de um candelabro que pendia do teto. Stella Maris assentou-se na cadeira que estava num canto, nas sombras.

Foi então que um homem entrou por uma porta nos fundos. Vinha abraçado com um violoncelo. Sem dizer uma única palavra ele se assentou, arrumou o violoncelo entre as pernas, tomou o arco, concentrou-se e pôs-se a tocar. A melodia, em meio ao silêncio absoluto, sem nenhum ruído ou fala que a profanasse, era de tal pureza e pungência que lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Stella Maris.

Sentiu que o seu corpo estava possuído pela beleza. Era como se ele, o seu corpo, fosse o instrumento de onde saía a música. Sim, ela já a ouvira: a Suíte n. 1, em sol maior para violoncelo, de Bach. Terminada a execução, o artista se levantou e se retirou sem nada dizer. Stella Maris permaneceu assentada, em silêncio; não queria que aquele momento terminasse. Queria que ele se prolongasse, para sempre...

“Então“, disse Barbazul sorridente, “visitou a Torre dos Sete Patamares?““Visitei“, respondeu Stella Maris, entregando-lhe as chaves. Barbazul pediu para ficar sozinho e reclinando com os olhos fechados foi apertando as chaves, sucessivamente, com a mão esquerda, a mão do coração. No seu rosto se estampavam as emoções que Stella Maris havia tido em cada um dos patamares: leveza, alegria, riso, beleza, tristeza – até chegar ao último patamar, aquele que, ao segurar a sua chave, sentira o tédio e o enfado que as outras mulheres haviam sentido. O que é que Stella Maris teria sentido?

E, de repente, sentiu lágrimas rolando pelo seu rosto, as mesmas lágrimas que haviam rolado pelo rosto de Stella Maris. Era como se o seu corpo estivesse possuído pela beleza e fosse o instrumento do qual a música saía...

Barbazul sorriu. Permaneceu assentado, em silêncio; não queria que aquele momento terminasse. Queria que ele se prolongasse, para sempre...

“Stella Maris, você quer se casar comigo“, ele perguntou.

“Casar? Mas eu pensei que...“

“Sim, casar. Você compreendeu o que é a Torre dos Sete Patamares? É a minha alma. Cada patamar é um pedaço de mim. Lá se encontram os prazeres e alegrias humanos. Homens, mulheres e crianças se reúnem para compartilhar esses prazeres e alegrias. Mas, ao final da torre, há um lugar de solidão absoluta onde só entra uma pessoa de cada vez, eu permitindo. Aquele lugar é o fundo do meu coração. Quem não amar aquele lugar jamais me amará. Poderá até ser um companheiro de danças, de jantares, de discussões literárias, de brinquedos... Muitos podem ser bons companheiros. Mas, para me amar, é preciso amar a minha solidão. E aquela música é a forma sonora da minha solidão. Você a achou bela. Você permitiu que ela possuísse o seu corpo. E, por isso, eu a amo... Nossas solidões são amigas... Você quer se casar comigo?“

sábado, 20 de novembro de 2010

Para uma grande Amiga.

Outside The Wall

All alone, or in twos
The ones who really love you
Walk up and down outside the wall
Some hand in hand
Some gathering together in bands
The bleeding hearts and the artists
Make their stand
And when they've given you their all
Some stagger and fall after all it's not easyBanging your heart against some mad buggers
In the Wall"
Pink Floyd


Bem... o Rubem Alves é de Boa Esperança. É um dos colunistas / escritores mais queridos de nossa atualidade. Ainda não conheci nenhum colunista / escritor que tenha dito palavras tão lindas a respeito da Amizade.

Gostaria de lhe copiar esse texto pelas mãos, mas não sei se minhas letras seriam adequadamente lidas (a partir de quando começamos a 'mexer' com computador...) pois minhas letras manuais ficaram horríveis...

Só quero que saibas que És parte do que me fez me tornar muito forte. E a simples lembrança de sua presença entre nós, continuará a me fazer mais forte ainda. Tenho que acreditar nisso, independente da sua presença, pela simples lembrança de com quem estive tão próximo!

Você é uma Querida, Ana Paola! Tenhas certeza disso. Você fez e, por quem Você é, continuará a fazer a diferença, ao continuar ser tão 'Querida".

Fica com Deus. Sempre. Que Ele Te abençoe sempre, e a todos aqueles que lhe são caros.

Sentirei muito, muito mesmo, sua ausência.

Até breve.

Ota.


A Amizade


Rubem Alves (brevemente adaptado)

Lembrei-me dela e senti saudades... tanto tempo que a gente não se vê! Dei-me conta, com uma intensidade incomum da coisa rara que é a amizade. E, no entanto, é a coisa mais alegre que a vida nos dá. A beleza da poesia, da música, da natureza, as delícias da boa comida e da bebida perdem o gosto e ficam meio tristes quando não temos uma amiga com quem compartilhá-las. Acho mesmo que tudo o que fazemos na vida pode se resumir nisto: a busca de uma amiga, uma luta contra a solidão.

Lembrei-me de um trecho de Jean Cristophe, que li quando era jovem e, do qual nunca esqueci. Romain Rolland descreve a primeira experiência com a amizade do seu herói de adolescente. Já conhecera muitas pessoas nos curtos anos de sua vida. Mas o que experimentava naquele momento era diferente de tudo o que já sentira antes.
O encontro acontecera de repente, mas era como se já tivessem sido amigos a vida inteira.

A experiência de amizade parece ter suas raízes fora do tempo, na eternidade. Uma amiga é alguém com quem estivemos desde sempre. Pela primeira vez, estando com alguém, não sentia necessidade de falar. Bastava a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro.

Christophe voltou sozinho dentro da noite. Seu coração cantava “tenho um amigo, tenho um amigo!” Nada via, nada ouvia. Não pensava em mais nada. Estava morto de sono, mas não adormeceu logo, apenas deitou-se. Durante a noite foi acordado duas ou três vezes, como que por uma idéia fixa. Repetia para si mesmo: “Tenho uma amiga” e tornava a adormecer.

Jean Christophe compreendera a essência da amizade. Amiga é aquela pessoa em cuja companhia não é preciso falar. Você tem aqui um teste para saber quantas amigas você tem. Se o silêncio entre vocês dois lhe causa ansiedade, se quando o assunto foge você se põe a procurar palavras para encher o vazio e manter a conversa animada, então a pessoa com quem você está não é amiga. Porque uma amiga é alguém cuja presença procuramos não por causa daquilo que se vai fazer juntos, seja bater papo, comer, jogar ou negociar. Até que tudo isso pode acontecer, mas a diferença está em que, quando a pessoa não é amiga, terminado o alegre e animado programa vêm o silêncio e o vazio – que são insuportáveis.

Neste momento o outro se transforma num incômodo que entulha o espaço e cuja despedida se espera com ansiedade. Com a amiga é diferente. Não é preciso falar. Basta a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro. Amiga é alguém cuja simples presença traz alegria, independentemente do que se faça ou diga. A amizade anda por caminhos que não passam pelos programas.

Uma história oriental conta de uma árvore solitária que se via do alto da montanha. Não tinha sido sempre assim. Em tempos passados a montanha estivera coberta de árvores maravilhosas, altas e esguias, que os lenhadores cortaram e venderam. Mas aquela árvore era torta, não podia ser transformada em tábuas. Inútil para os seus propósitos, os lenhadores as deixaram lá. Depois vieram os caçadores de essências em busca de madeiras perfumadas. Mas a árvore torta, por não ter cheiro algum foi desprezada e lá ficou. Por ser inútil, sobreviveu. Hoje ela está sozinha na montanha. Os viajantes se assentam sob sua sombra e descansam.

Uma amiga é como aquela árvore. Vive de sua inutilidade. Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que a torna uma amiga. Sua inútil e fiel presença silenciosa torna a nossa solidão uma experiência de comunhão.

Diante da amiga sabemos que não estamos sós. E alegria maior não pode existir.

Glória Cotidiana!

Esta é a música do Rush que está no trono!

Glória Cotidiana!

Na casa onde ninguém ri,
Onde ninguém dorme;
Na casa onde o Amor morre constantemente,
E as sombras rastejam;
Um garotinho se esconde, tremendo,
Com as suas mãos nos ouvidos,
Forçando as lágrimas
Até a dor passar...

Mamãe diz algumas palavras feias,
Papai soca a parede.
Eles podem disputar seu filhinho depois.
No momento não estão nem aí!

Não importa o que eles digam;
Não importa o que eles digam.

Pessoas comuns;
Desgraças cotidianas.
Promessas comuns liquidadas em chamas!
O nascer do sol cotidiano,
Mais uma história cotidiana...
Das cinzas surge uma chama
Da glória cotidiana!

Na cidade onde ninguém sorri,
ninguém sonha;
Na cidade onde o desespero
Leva os entediados aos extremos,
Apenas uma faísca de decência
Contra uma noite sem estrelas...
Um brilho de esperança e dignidade:
Uma criança pode seguir esta luz!

Não importa o que eles digam;
Não importa o que eles digam.

Pessoas comuns;
Desgraças cotidianas.
Promessas comuns liquidadas em chamas!
O nascer do sol cotidiano,
Mais uma história cotidiana...
Das cinzas surge uma chama
Da glória cotidiana!

Se o futuro parece escuro,
Somos nós que devemos brilhar!
Se não há ninguém no comando,
Somos nós que traçamos o caminho!
Embora vivamos em tempos difíceis,
Somos nós que devemos arriscar!
Embora saibamos que o tempo tem asas,
Somos nós que devemos voar!